segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Guerreiro do 3º mundo. Maresia lança álbum


Série Multiplicação da Revolução

Mais um lançamento que vem confirmar a força da música independente e comprometida com a transformação.

Maresia, MC da cidade de Samambaia acaba de lançar seu 1 álbum intitulado 'Guerreiro do Terceiro Mundo', faixa do CD produzida a partir de sampler de Edson Gomes. O trabalho é uma verdadeira arqueologia da música brasileira, resgatando o ritmo e a musicalidade nacional, junto a boas levadas e forte conteúdo.

O rapper iniciou sua carreira em 1997 junto com seu irmão Rapadura; Após passar por diversos grupos como Consciência armada, PJL, Art'vistas, adquire vivência, maturidade e experiência para seguir em carreira solo.

Além da atuação como Rapper, Maresia é empreendedor. Gesta, dirige e vende produtos ligados a cultura e moda urbana na loja Sub-mundo Hip Hop na cidade de Samambaia, atuando como revendedor de grandes marcas.

1 - O CD Guerreiro do Terceiro Mundo vem sendo gestado a 3 anos. Qual a maior dificuldade encontrada para lança-lo e quais frutos veem sendo colhidos?

Umas das maiores dificuldades foi à falta de patrocínio. Os gastos com a produção e elaboração do álbum são altíssimos.
Gera certo desanimo quando você planeja lançar em um ano, porém o tempo passa, e lá se vão longos três anos, mas graças a Deus o sonho foi concretizado com o meu próprio suor. Os frutos são muitos: Se alguém escuta um som e esse som o faz refletir eu já estou recompensado pela vida toda, além da realização pessoal, um sonho realizado. Vários amigos participaram desse trampo entre eles: Rapadura, Nego Cartola, A fórmula, P J L, Dnac, Bravoz, Diautoria, Nego Dé, Nova Escola e Kiko Santana.

2 - A cerca da produção, inúmeras faixas são assinadas por seu irmão Rapadura, MC de grande expressão no cenário nacional. Infelizmente, grande parte de artistas, ligados ou não a cultura Hip Hop utilizam o mercado estadunidense, como norte ou modelo de produção, esquecendo assim a produção e musicalidade nacional. Conte-nos um pouco sobre os samplers utilizados e o que cada artista 'resgatado' representa pra você:

Samplers resgatando artistas do passado para o futuro como: Aguinaldo Timoteo, Roberto Carlos, Moacir Franco, Sidney Magal. Artistas que sempre representaram a nossa cultura em todo o mundo, mas com o passar do tempo o povo se esqueceu, porém continuam vivos nas canções. Eu tempo chegar ao menos em cinco por cento dos sentimentos que passaram.

3 - Quais estratégias foram elaboradas para divulgação e distribuição do álbum? Há previsão de festa de lançamento?

Estou utilizando os meios cabíveis na internet como: orkut, MSN, palcomp3. Porém pessoas como DJ Nego Gilson, G1 FM - Daher, DJ Nelson Ramos – Espaço do Rap e DJ Marquinhos da Smurphies colaboram bastante.
A DISTRIBUIÇAO estar sendo por meio das lojas: Submundo Hip Hop e Stylo Black e através dos fones: (61) 92825526 ou 86070276 ou 30397459. Estou esperando manifestações que venha a fortalecer a corrente do Rap sério, com muitos objetivos, porém sem patrocínios.

4 - Que vertente ou linha dentro do Rap o 'Guerreiro do Terceiro Mundo' segue?

GUERREIRO DO 3° MUNDO segue a linha mais protesto e resistencia, a exemplo de grupos antigos. Creio que é necessário ter caráter e identidade, saber o que estar falando; Não bastar fazer por fazer, tem quer ter proposta, mas também obras concluídas.

5 - A música 'São vários' tem a participação de inúmeros MC's do Distrito Federal. Conte-nos um pouco sobre esses grupos e que mensagem a música tenta transmitir.

Na canção ‘São Vários’ visei reunir grupos de varias cidades do DF integrando a ideologia com uma harmonia. Transmite uma mensagem que não importa onde você mora, a vontade de transformação é presente e nunca ira morrer.


6 - O Hip Hop em Samambaia, e em todo o DF tem enorme dificuldade de se articular. Deve-se isto também à própria conjuntura da região. Com a passagem mais cara do país e com o distanciamento cultural imposto pela criação de Brasília, que expulsou os trabalhadores do grande centro e os jogou em condições subhumanas a 20/50 km de distância. Como você enxerga o montante de dinheiro gasto nas festividades de 50 anos da capital do país, lembrando que 50 milhões foram destinados ao carnaval do Rio de Janeiro, recurso que os artistas locais não têm acesso. Qual maneira pode intervir e qual é o papel do Hip Hop nesta questão?

Primeiramente vejo que Samambaia é rica em cultura, mas não tem atuação constante ou sólida. Existem alguns pontos e alguns institutos, mas que não tem o poder aquisitivo para realizarem tudo que almejam. Os Mc’s, B.boys, B.girls, Dj´s e grafiteiros não tem uma organização, nem um local para se reunirem, nem apoio financeiro. As dificuldades não são só em articular o movimento, mas também em se firmarem no movimento ou em movimentos. A verba publica sempre é distribuída pra quem não precisa, é uma vergonha ver o analfabetismo, crianças subnutridas, idosos com uma lastima de aposentadoria, hospitais sem leitos, sem maquinas, mas o contraste vem com o gosto de impotência ao vermos as comemorações de Brasília ao extrapolar nos contratos de 500 mil reais ao contratar Xuxa ,Claudia leite. Sem contar à merda que vimos pela TV nos escândalos de menssaloes, dinheiro público em cuecas, meias, malas, panetones... Pra finalizar o ridículo ainda sujam envergonha o nome de Deus e dos nossos irmãos da nação brasileira. Nossa historia já vem manchada desde muito tempo. Basta! Não aos porcos corruptos.

7 - Como está e quais modificações ou ajustes devem ser postos para o crescimento do Hip Hop na região?

Para haver melhorias deve haver sensibilidades e pulso firme. Seriedade e atitude de ir ate o poder com objetivo. Tem que reunir a massa que é imensa e ter uma proposta, um projeto sério para que seja aprovado com remuneração pros demais combatentes.

8 - Quais grupos vem se destacando na região?

Vários grupos vêm nos trazendo orgulhos com o passar do tempo entre eles: A Fórmula, P J L, Justiceiros do Rap, Aborígine, Gury – gospel, dentre outros.

9 - Espaço aberto: Críticas, contatos...


E-mail: maresiarap@hotmail.com
Myspace: http://www.myspace.com/maresiamcartvista
Palcomp3: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/maresiarap/
Comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=25298203
Telefones: ( 61 ) 92825526 ou 86070276 ou 30397459

*Aborígine

Poesia e Consciência: Central Hip Hop entrevista Aborígine



Desde 1998 na caminhada no cenário do Rap Nacional, Markão é Aborígine, artista e educador popular envolvido em movimentos sociais e ONGs do DF, lança agora o seu primeiro CD intitulado “Dia e Noite. Dia Açoite. Noite Fria”.Esse álbum traz letras com forte conteúdo político e protesto,abordandoo mercado de trabalho, preconceito e discrimicação aborto e sexualidade. Abaixo, alguns trechos das idéias sérias de Aborígine.

Central Hip-Hop (CH): O que é o Aborígine?
Aborígine: Aborígine,é um trabalho artístico e social que desenvolvo, integrando a música e oficinas de formação em escolas e organizações em geral. Iniciei minha carreira no ano de 1998, transformando matérias escolares em poesia e em Rap, participando de festivais e mostras escolares no ano de 2000,integrei-me ao Grupo Êxodo, onde fomos vencedores de festivais com a música ‘O Azul de Uma Caneta’, porém um dos integrantes converteu-se ao protestantismo e saiu do grupo, o outro, devido aos estudos e profissão, afastou-se do projeto.

Assim assumo a nomenclatura Aborígine, cujo significado “natural da terra”, é constantemente trabalhado em minhas canções/poesias. Seja fazendo memória de lutadores e lutadoras que brigaram por um Brasil de liberdade e igualdade, ou através do uso de samplers’s de artistas da música romântica brasileira vulgarmente chamada de brega, ou mesmo do repente, cordel.

CH: Como foi a produção do seu CD:
Aborígine: Este ano lancei “Dia e Noite. Dia Açoite. Noite Fria”, meu primeiro álbum contendo 13 faixas musicais, onde pude assinar como produtor de 6 músicas e co-produtor de mais 3, colaborando com Dj’s Qnnyo,responsável por 4 instrumentais e Liso, responsável por uma canção,além de dois sons que foram tocados e gravados em voz e violão.

Estou preparando para este mês um CD de poesias intitulado “A vida em poesia”, composto por poemas de minha autoria e do poeta Luiz Vieira,celébre artista de minha cidade.

CH: Que tipo de Rap você faz? Como são elaboradas as letras?
Aborígine: “Rap amador! Não por falta de profissionalismo, mas por excesso em amor”.Tenho identificação com grupos nacionais como Gog, Face da Morte, SNJ, X (Câmbio Negro), entre outros. Fora do Brasil: Actitude Maria Martha,Valete, Fugees e Mos Def, sendo que gostaria de conhecer mais a fundo cada um destes citados, suas letras, história de vida, militância.

Os temas das minhas canções surgem naturalmente ao se deparar com as realidades. Porém, busco aprofundamento teórico, pesquiso os temas para melhor tratar o assunto. Sempre com a preocupação em relação aos ouvintes, pessoas de todas as idades e gêneros irão ouvir. No CD os temas abordados vão de sexualidade, mercado de trabalho, consumo excessivo de álcool à política e reforma agrária. Busco trabalhar a métrica, mas principalmente a poesia.

CH: Como é a cena no Distrito Federal/Samambaia? Quais grupos se destacam?
Aborígine: Organizada,porém desarticulada. Existem projetos sociais ligados ao Hip-Hop em praticamente todas as cidades, porém agem de forma isolada. Não há um enfrentamento distrital (estadual), ou fórum de Hip-Hop, o que provoca,acredito eu, enfraquecimento do movimento como um todo. Batalhas de breaking e eventos em geral são marcados no mesmo dia, o que provoca redução no número de participantes, pois além das cidades serem longe uma das outras o transporte público do DF tem a passagem mais cara do país.

A mídia especializada em Hip Hop ainda insiste em plantar estilos ou vertentes. Em praticamente todas as rádios se ouve os mesmos grupos e as mesmas músicas. Sempre trazem os mesmos artistas de fora.

Mas em contrapartida há coletivos se organizando e criando seus espaços de divulgação como blogs e sites, eventos onde se prestigiam vertentes como o Underground, político. E desta organização virá uma grande transformação no cenário, acredito e luto por isto.

Citando esta nova cara apresento: Grupo Suburbano’s, música suingada, pra cima,composta por militantes de movimentos sociais, que em suas apresentações buscam interagir com os 4 elementos, Coletivo Aquilombando pelo profissionalismo, com presença de palco indescritível. Coletiva Art. ’vistas, já reconhecido através das rimas dos MCs Rapadura e Maresia, Prédica Febril e Selo Guetunido – Letras conscientes e fortes aliadas a ótima presença em palco, além dedesenvolverem ações sociais e culturais como o evento “P Norte EmAção”. Diga How, representantes do Rap em diversos festivais demúsica, Coletivo ArtSam ao qual faço parte. Muita coisa boa vem sendofeita e produzida.

CH: O que falta no cenário Rap da sua região atualmente?
Aborígine: Articulação,engajamento e formação para se apropriar e empoderar-se de veículos de comunicação, para transmissão de vertentes/linhas musicais existentesdo Rap.

No DF muitas vezes isto fica preso há algumas pessoas/equipes de som e os grupos personificam a dependência. Temos que nos conscientizar que precisamos criar e buscar novos públicos e não somente esperar um lazer, um baile ou uma rádio para mostrar nossos trabalhos. Vamos avante, se inscrever em Festivais, promover Sarau como São Sebastião e Samambaia vêem fazendo, interagir e integrar nossa música nas escolas e apropria-se da ferramenta da internet.

Ao meu ver , falta esta cultura de proximidade, articulação e construção coletiva para superação dos problemas existentes em comunicação,difusão, comercialização, preconceito.

CH: Você acha que o Rap do seu Estado tem dificuldades em se expandir pelo Brasil?
Aborígine: Sim.Pela historicidade do movimento em Brasília. Foi-se criado um rótulo onde diz-se que as músicas do DF são as mesmas, tem o mesmo estilo.Ouvi isto em praticamente todos os estados onde pude ir.

E esta falha na comunicação e difusão do Rap no DF, trazem elementos quecontribuem para isto, porém o externo também não possibilita mudança,temos notícias de experiências de vários estados, mas quando aqui chegam não vêem com uma visão de partilha ou coletividade.

Acesse o blog Aborígine
Conheça o palcomp3 do artista
Escute e baixe a canção "As primeiras letras do alfabeto"

Por Bruno Gil - www.centrahiphop.com.br

sábado, 23 de janeiro de 2010

Rico Herdeiro! Fator X lança seu 1º Álbum


O grupo Fator X há 13 anos na caminhada, acaba de lançar seu primeiro álbum intitulado Rico Herdeiro. O CD conta com participações de peso como Cirurgia Moral, Livre Ameaça, BellaDona, dentre outros.

Formado por Leyz e WP ambos moradores de Samambaia, periferia de Brasília, faz parte da primeira geração de Rappers da cidade, sendo que em 1999 participaram da Coletânea Patrão de Ladrão, que na época fora bastante vinculada nas rádios e bailes do DF.


1 - Quando e com qual proposito foi criado o grupo Fator X?
O grupo foi criado em 1997 com proposito de expandir nossa realidade e um meio de nao se envolver na vida do crime.

2 - Como foi o processo de produção, elaboração das letras e gravação do CD? Existe previsão de lançamento?
Foi como todo grupo faz né um corre! A maioria das letras maioria são de minha autoria "LEYZ". O cd foi gravado com intuito de esta nos ouvidos dos que sabem que o RAP esta sendo banalizado, mostrando que ainda existem grupos que levam a sério a arte de cantar. Em relaçao ao lançamento do CD, nao lançamos por motivo de que nao iriamos ter retorno nem um aqui no DF. Pois aqui a musica faz parte de um monopolio e esse monopolio dita as regras,por isso opitamos em lança-lo somente na internet. Provavelmente o próximo álbum será oficial,porém, ainda tem o caso da pirataria que é um corre de quem esta sem emprego, e é aquele caso A NESSECIDADE DE UNS PREJUDICA A CAPACIDADE DE OUTROS .

3 - O CD conta com inúmeras participações como Cirurgia Moral, Livre Ameaça, BellaDona. Qual sentimento o grupo carrega por cantar ao lado de ícones que fizeram e ainda fazem história?
Em relaçao as participaçoes é sempre bom colar em outras bancas pra fortalecer. O REY canta em um som que acredito ser dos melhores que ja gravei; Foi muito louco gravar com ele, na minha infacia ou á um tempo atras eu escutava cirurgia moral que rolava nos carros dos malandros aqui perto e achava loko e agora é engraçado gravei com ele e isso nao foi um misterio é uma coisa simples de realizar, com o grupo LIVRE AMEAÇA ja foi mais complicado, pois não as conhecia. Vim conhecer atravez da internet, e-mail e telefone. Assim marcamos de gravar um som, mas nada contra a parte da LUNNA é a mais loka na minha opiniao, com o grupo BellaDona ja foi mais facil, mas nao menos inportante. Em 2001 tinha gravado um CD coletanea rap que erá intitulado PATRAO DE LADRAO e nesse CD participava um familiar de uma das integrantes do grupo BellaDona ficando assim mais facil a participaçao, chamei a THATY para participar do som pois ja conhecia o trabalho dela ja das antigas ,e é isso confere la rapaziada o som "PARE E PENSE"

4 - O Rap no DF sempre foi conhecido pela agressividade e realidade das letras, política. Como o grupo enxerga a crise da corrupção, bem como o Hip Hop pode intervir em tais questões?
Na minha opiniao a corrupçao nao esta nem pior e nem menor, hoje só esta mais falada e exposta para sociedade , entao fica meio que banal ficar teclando numa mesma tecla direto , se o governo é ruim, ladrao, simplesmente todos tinham que rever os motivos de estar votando em certos gosvernantes , seria somente por uma ajuda como um "pao e leite"?
Falamos sim sobre corrupçao, mas eu quero é que se esplodão.

5 - Vocês residem em Samambaia, periferia de Brasília. Cidade com aproximadamente 250 mil habitantes, que não tem acesso a teatro, cinema, espaço cultura. Como se dá a atuação do grupo neste ambiente?
Tipo eu posso ser um exemplo por esta sempre envolvido com teatro e motivando os demais aqui na cidade, eu acho que cultura vem de berço mais pode ser fornecida com eventos locais pra desenvolvimento intelectual e etc...
O grupo tem que incentivar chegar aonde um livro ou a informaçao visual nao esta assecivel, levar e por em pratica.

6 - Qual análise vocês fazem do cenário do Rap no DF: Mídia, eventos, organização, trabalho social?
É bom mais só permanece obedecendo ao estilo musical norte americano,em relaçao a midia, o cenario esta se espandindo cada vez mais. Só nos falta mais realizaçoes de eventos ,nao e há organizaçao temos sim um comercio, um jogo de interesses, trabalho social nao vejo muito falar sobre ,mas, vejo muitos desenvolvendo projetos para fortalecer , hoje mesmo faço parte de uma ONG ART`FICIOS.

8 - Projetos futuros?
Breve

Conheça o grupo:

www.palcomp3.com.br/fatorx
www.myspace.com/leyzfatorx
www.fatorxx.blogspot.com

Contatos: MSN > leyz4_@hotmail.com / 061-96738368 LEYZ 061-96579735 WP

Por Markão Natural da Terra